Ainda é madrugada, e
dois robustos de ébano
caminham ao sabor do vento
pés que sambam no asfalto
o ritual das sombras
e da lua cheia ardente.
Um, com a pele de noite estrelada
incorporado por um sagitário
que carrega o universo na flecha
o outro, feito de terra e de mar
tem o horizonte tatuado na alma
são viajantes do tempo
suspenso,
onde o real se mistura ao sonho
e o sonho
de concreto
e fugidias lembranças.
seus olhos, mapa de uma África perdida
de histórias de uma diáspora infinita
- herdeiros de deuses e de rainhas.
e de madrugada, dois caras negros
se recusam ser a poesia escrita
- andando na rua -
a silenciosa revolução da ousadia.
(A fumaça sobe ...)
Daniel André
dois robustos de ébano
caminham ao sabor do vento
pés que sambam no asfalto
o ritual das sombras
e da lua cheia ardente.
incorporado por um sagitário
o outro, feito de terra e de mar
tem o horizonte tatuado na alma
suspenso,
onde o real se mistura ao sonho
e o sonho
de concreto
e fugidias lembranças.
de histórias de uma diáspora infinita
- herdeiros de deuses e de rainhas.
se recusam ser a poesia escrita
- andando na rua -
a silenciosa revolução da ousadia.