Quem sou eu

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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso, jogando meu corpo no mundo ...

13 de agosto de 2018

Testemunha de uma madrugada



E a insônia inoportuna
sequestra meu descanso
o dilúvio de meu lago cristalino
são amparadas nas asas de um anjo.

Saudade do que nunca tive.

As animadas samambaias,
dançam com o assobio do vento.
Uma canção romântica de Jim Croce
só angustiam sentimentos
nunca recíprocos.

Abraço forte com os olhos
sua fotografia mais bonita
teu cheiro corre meu corpo
o lume da minha vida.

E é no bocejo da manhã
que acordo para o que nunca vem
depois de testemunhar a madrugada
te encontro nos sonhos
e no meu além.

Daniel André

5 de agosto de 2018

Terno e vestido


Sinto as dores de meus irmãos
na intolerância são crucificados
no casulo dos guetos
não podem ser caçados.

No interior do terno de um homem
uma flor, alma feminina
na infância era vetado
por gostar de brincar com meninas.

De vestido estampado na feira
escondida numa fina voz aguda
sente saudades do futebol na rua
dos pés ralados, e sua bermuda.

Ternos podem vestir a vida
mas só o gênero veste a alma
se viver a opinião alheia
nunca encontrará a calma.

Machucada, mas erguida
andrógino, mas temido
acessórios são complementos
como um terno e um vestido.

Daniel André.